A prática da meliponicultura, que consiste na criação racional e sustentável de abelhas nativas sem ferrão (ASF), é uma tradição profundamente enraizada nas culturas dos povos indígenas e comunidades tradicionais no Brasil. Essa prática tem sido crucial para a preservação das espécies de abelhas sem ferrão, que desempenham um papel vital como polinizadoras nas regiões tropicais.
As abelhas sem ferrão enfrentam desafios significativos, incluindo a perda de habitat e as mudanças climáticas, que ameaçam sua sobrevivência. A meliponicultura sustentável é vista como uma ferramenta poderosa para a conservação dessas abelhas, mas ainda existem muitas lacunas em nossa compreensão de sua biologia e manejo. Quando a prática está aliada a conservação das espécies ameaçadas de extinção, poderá promover geração de renda e educação ambiental.
Para disseminar o conhecimento sobre a meliponicultura e seu impacto, a ADL realizou com sucesso a primeira atividade de formação sobre abelhas sem ferrão nos dias 18 e 19 deste mês em suas instalações. O evento contou com a coordenação de Antoni Raasch Koehler, do Meliponário Koehler, um jovem entusiasta e engajado no assunto.
Durante a formação, os participantes tiveram a oportunidade de aprender sobre a identificação das abelhas Trigonas, Melíponas e Solitárias, espécies nativas do Espírito Santo, bem como as técnicas de manejo e as práticas envolvidas na criação dessas abelhas. Além disso, foram abordados tópicos sobre o ambiente e pasto melífero, fornecendo uma visão básica da meliponicultura.
Um dos momentos mais empolgantes foi a visita ao meliponário do Sr. Cláudio Klems, que compartilhou sua paixão pelas abelhas e apresentou aos estudantes as espécies encontradas em seu território, incluindo a Uruçu Amarela.
No segundo dia, o professor Alex Reblim Braun orientou os estudantes sobre o processo de enxameação das abelhas sem ferrão e destacou a importância da preservação dos espaços onde essas abelhas buscam nindificação. Os participantes também receberam orientações práticas sobre como criar e instalar iscas de captura. Na etapa final da experiência foi levada para a prática, com uma visita à mata na propriedade da ADL e arredores, onde os estudantes puderam observar o forrageio das abelhas da região e aprender a capturá-las durante o processo de enxameação.
A ADL planeja continuar promovendo atividades semelhante, fortalecendo ainda mais o compromisso com a conservação das abelhas sem ferrão e o seu desenvolvimento sustentável.
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